Sobre

    Demónimo surgiu por fraqueza de dois luminados lusitanos. Em busca d'identidade por caminhos de introspecção, aperceberam-se posteriormente que o aglomerar de figuras representativas das artes e literaturas quintessenciais seria o trajecto de menor resistência; trajecto esse que cavalgariam deleitados, de sorriso infantil tépido de teor mérdido, como que a galope numa scooter de gordo americano, modelo CareCo AirLite X, esverdeada e encardida com dedadas amanteigadas.
   Somos vazio. E como tal, espaço, o existe. Espaço uterino que nutre o feto-artista em procura de gestação segura, sem pudores, consequência d'um doce amplexo insidioso que só ventre Demónimo consegue oferendar.
   Mais qu'est-ce vraiment Demónimo?


de·mó·ni·mo • dəˈmɔnimu

(do grego daemonimum. da: Da, Adi; DAE: unidade do Corpo de Fuzileiros em Portugal; daemon: divino, trapaceiro; emo: género rock de confissão; mon: monstro; moni: dinheiro, algo valioso; oni: yokai, demónio; nimu: peixe-palhaço; imu: ver emo; imum: imundo; mu: anti-tudo, nada; mum: maternal; m: água)
nome masculinx
  • 1. estilo de vida
  • Infelizmente vou ter de me despedir deste emprego empresarial, por não estar de acordo com o meu Demónimo.
  • 2. [Portugal: Algarve] besoiro
  • Estava ali no caféi, a beber um lête, quando um enorme Demónimo poisou-me na cabeça.

adjectivo enby
  • 3. que vive o estilo de vida Demónimo
  • Bebes uísque? Isso é bastante Demónimo!
  • 4. que finge conhecimento de artes, literatura, etc; pseudo-intelectual
  • Aquele Miguel Sousa Tavares tem opiniões mesmo Demónimas.
  • 5. que aparenta ser esfinge autista, lançando propositadamente enigmas sem resposta, e que balanceia isolada no seu centro de gravidade.
  • "Durpanus, fisgai-vos das redes que desopilam da traineira desertora! Opaca e ôpaca é a virtude da sua proa, todavia a tripulação de Demónimos expatriados que a navegam denigre o estatuto nobre da Harpia Holandesa!" - Nefarias, Hugo (1873). O voo da Harpia 2ª Edição

***Ódio constructivo***

Demónimo nasce em Setembro e Demónimo morre em Sagres i.e. Promontorium Sacrum.
Demónimo auto-impõe sobre si a finitude que tanto canta a condição humana.
Demónimo respira esta e a próxima década, mas não mais.
Demónimo, no interregno entre génese e apoptose, engravida sem consentimento qualquer mente, tímida ou arisca, que sobeje, através de um meta-esperma ultra-curioso que cheira a rebuçado e rejuvenesce em geral.
Demónimo esconde-se por debaixo das saias da mãe aquando o medo invade, e mordisca tornozelo matriarca achando ser chupeta.
Demónimo ainda joga Miniclip.
Demónimo é espelho negro de Orpheu, com Al'bama Nigareiros a pintar e escrever umas malhas.
Demónimo procura activamente um qualquer Dantas que sirva p'ro manifesto; e se não o encontrar, criá-lo-á com certeza!
Demónimo aceita donativo anónimo e apoia Israel e Palestina (?)
Demónimo cansou de esperar.
Demónimo é ñañoso aos fins-de-semana.
Demónimo fez coisas que não devia em Tânger.
Demónimo é peta de cinema.
Demónimo limpa o rabo com toalhetes húmidos pré-aquecidos no microondas.
Demónimo jura libertar-vos.
Demónimo colocou água da torneira no depósito do óleo sem querer, e a mistela em que se transformou parecia explosão coloidal de pastilha elástica de morango e frutos silvestres, cor-de-rosa e bolbiforme.
Demónimo é o psicopompo do zeitgeist.
Demónimo serve de mediador entre o pensar revoltante que embala o subconsciente obscuro, atormentado por taras e fantasias tabu, e o falar cândido que verte do queixo dormente do consciente à rasca, como baba de doente geriátrico.
Demónimo pesca no Priberam palavras caras para que possa parecer algo que não é.
Demónimo é acrimonioso avatar encomiástico da reiteração fecundada da distopia americana, análogo ao rácio entre a idiossincrasia dos costumes e a epígrafe inerente à diligência sociodemográfica, perante o brutal ónus que advém do conluio entre damas e vinho verde.
Demónimo é o contrário e o oposto.
Demónimo é esforço imenso para fazer algo inútil.
Demónimo é badedas.

Demónimo não é demónio...
Demónimo não é ponto de viragem na vida de ninguém.
Demónimo não é cidade de portos vazios.
Demónimo não é religião, é um culto.
Demónimo não faz prisioneiros, por falta de orçamento.
Demónimo não acredita nem em política, nem na ausência da mesma.
Demónimo não é defensor do capitalismo.
Demónimo não é contra violência de pessoas que realmente a merecem.
Demónimo não é tiro no escuro.
Demónimo não escreve no papel, por consciência ambiental.
Demónimo não dorme.
Demónimo não é revista banal, nem sensasionalista.
Demónimo não é patrocionado pela CMTV.
Demónimo não gosta quando certas pessoas criticam as suas obras.
Demónimo não é mau perdedor, porque não joga.
Demónimo não tem dinheiro para um teclado sem teclas partidas.
Demónimo não utiliza o Google por razões de privacidade.
Demónimo não tem nada a esconder.
Demónimo não joga jogos de computador.
Demónimo não não vê hentai.
Demónimo não acredita em pessoas que não acreditam no aquecimento global.
Demónimo não é a favor do acordo ortográfico de 1990.
Demónimo não sabe o que é.
Demónimo não é badedas.